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C1-3)  RINITE ALÉRGICA

   a) Sintomatologia : os processos nasais que se manifestam por prurido nasal, crises de espirros, coriza, obstrução, com edema e palidez da mucosa, aumento dos eosinófilos no muco, complicadas ou não por infecção, com ou sem polipose e influenciadas ou não por fatores ambientais, tem sido denominados de rinite alérgica ou rinopatia alérgica ou rino-sinusite alérgica. 

   b) Etiologia : são manifestações secundárias a processos alérgicos por exposição a antígenos principalmente inalatórios como ácaros e fungos (fig. 5b), podendo também ser alimentares, bacterianos ou combinados, de caráter intermitente ou não.

          

   Ácaro                                   Aspergilus fumigatus                      Aspergilus Niger

Figura 5b - Alergenos inalatórios

            O mecanismo imunológico de hipersensibilidade envolvido é a do Tipo 1 de Gell e Coombs (imediata atópica - anafilática) que tem como anticorpo a IgE e como mediadores a histamina, citocinas, postaglandinas, leucotrienos e outros, que levam a fenômenos vasomotores na mucosa nasal com vasodilatação, edema e aumento da produção de muco.

   c) Incidência : é bem alta devido à grande vascularização e inervação neurovegetativa das fossas nasais, sua exposição a meio exterior e o aumento da poluição nos grandes centros.

   d) Diagnóstico : é feito pelas manifestações clínicas e achados à rinoscopia anterior já citadas.

       - anamnese : deve-se tentar relacionar os sintomas à exposição de algum alergeno como poeira domiciliar, produtos químicos, medicamentos, alimentos, etc.. A ocorrência de outras alergias associadas e também de antecedentes familiares de alergia deve ser pesquisada.

       - exame físico : além das alterações típicas à rinoscopia anterior (hipertofia e palidez dos cornetos) pode-se encontrar alguns sinais externos como a prega nasal alérgica pelo ato de coçar, a assadura alérgica que é a vestibulite secundária à rinorréia e o edema palpebral pelo espasmo do músculo liso de Müller. Se possível complementar a rinoscopia anterior com uma fibronasofaringoscopia procurando evidenciar a presença de polipose e/ou outras patologias como desvios de septo, hipertrofia de adenóide, etc. (fig. 5c).

Figura 5c – Corneto inferior pálido e hipertrofiado

 

       - exames complementares : deve-se pesquisar a presença de sinusopatias através de exames de imagem e pode-se realizar um citológico do muco com contagem dos eosinófilos e neutrófilos (na rinopatia alérgica existe uma predominância dos eosinófilos)- (fig. 5d).

     

Rinite eosinofílica                                 Rinite bacteriana

Figura 5d – Citológico nasal

            Deve-se pesquisar a IgE total no soro e para o diagnóstico dos alergenos envolvidos no processo, além dos dados de anamnese, deve-se realizar testes cutâneos ou pesquisa de IgE específica no soro (RAST). Os alergenos mais utilizados são ácaros, poeira domiciliar, pêlos de animais e fungos já que são os que mais freqüentemente causam alergia no nosso meio.

   e) tratamento:

      - medidas de ordem geral: evitar exposição aos alergenos mais comuns como poeira, mofo, fumaça, perfumes, produtos de limpeza, etc. e lavagem nasal frequente com soro fisiológico.

      - medicamentoso sintomático: podem ser usados antihistamínicos e corticóide tópico por um tempo prolongado. Nas crises podem ser usados descongestionantes tópicos e/ou sistêmicos por um período que vai depender da intensidade e duração das crises, devendo-se evitar o uso prolongado de descongestionantes tópicos e o uso dos sistêmicos em pacientes com hipertensão arterial. Se as crises forem muito intensas podem ser usados corticosteróides sistêmicos.

      - medicamentoso preventivo: podem ser usados imunomoduladores como o cromoglicato dissódico local que diminuem a liberação de histamina e outros mediadores.

      - imunoterapia: as vacinas são soluções com baixas concentrações de alergenos que são aplicadas geralmente por via subcutânea em doses progressivas e que promovem uma diminuição das respostas alérgicas (pelo aumento progressivo de anticorpos circulantes bloqueadores IgG4, melhorando da ação das células T supressoras e outras alterações do processo alérgico). Os alergenos utilizados em vacinas preparadas especificamente para cada paciente são aqueles diagnosticados pelos testes.

      - cirúrgico: visa a remoção de eventuais pólipos, diminuição do tamanho dos cornetos através de cauterizações e turbinectomias e remoção de outras patologias concomitantes como hipertrofias de adenóide e desvios do septo nasal.

 

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